Samsung e Qualcomm se opõem a transmissões em smartphones

Samsung e Qualcomm estão entre aqueles que se opõem à escolha da tecnologia para trazer transmissões de TV ao vivo em smartphones, argumentando que as mudanças de hardware necessárias aumentarão o custo de um dispositivo em US$ 30 (quase Rs. 2.500), de acordo com cartas analisadas pela Reuters.
A está considerando uma política que obriga a equipar smartphones com hardware para receber sinais de TV ao vivo sem a necessidade de redes celulares. Propôs o uso da chamada tecnologia ATSC 3.0, popular na América do Norte, que permite a localização geográfica precisa de sinais de TV e fornece alta qualidade de imagem.
As empresas, no entanto, dizem que seus smartphones existentes na Índia não estão equipados para funcionar com ATSC 3.0, e quaisquer esforços para adicionar essa compatibilidade aumentarão o custo de cada dispositivo em US$ 30, à medida que mais componentes precisarem ser adicionados. Alguns temem que seus planos de produção existentes possam ser prejudicados.
Numa carta conjunta ao Ministério das Comunicações da Índia, a Samsung, a Qualcomm e os fabricantes de equipamentos de telecomunicações Ericsson e Nokia afirmaram que a adição da transmissão direta para dispositivos móveis também pode degradar o desempenho da bateria dos dispositivos e a recepção celular.
“Não encontramos nenhum mérito em avançar na discussão sobre a adoção disto”, dizia a carta datada de 17 de outubro e revisada pela Reuters.
As quatro empresas e o Ministério da Comunicação da Índia não responderam aos pedidos de comentários. A proposta ainda está em deliberação e poderá ser alterada, não existindo um prazo fixo para implementação, segundo fonte com conhecimento direto.
A transmissão digital de canais de TV em smartphones teve adoção limitada em países como Coreia do Sul e Estados Unidos. Não ganhou força devido à falta de dispositivos que suportem a tecnologia, dizem os executivos.
A reação política é a mais recente por parte de empresas que operam no setor de smartphones da Índia. Nos últimos meses, eles recuaram na iniciativa da Índia de tornar os telefones compatíveis com um sistema de navegação local e outra proposta para exigir testes de segurança para aparelhos.
Para o governo da Índia, os recursos de transmissão de TV ao vivo são uma forma de aliviar o congestionamento nas redes de telecomunicações devido ao maior consumo de vídeo.
A India Cellular and Electronics Association (ICEA), um grupo de lobby de fabricantes de smartphones que representa a Apple e a Xiaomi, bem como outras empresas, se opôs à medida em particular em uma carta datada de 16 de outubro, dizendo que nenhum grande fabricante de celulares no mundo suporta atualmente o ATSC 3.0.
A Samsung lidera o mercado de smartphones da Índia com uma participação de 17,2%, enquanto a Xiaomi segue com uma participação de 16,6%, de acordo com a empresa de pesquisas Counterpoint. A Apple detém 6 por cento.
“A inclusão de qualquer tecnologia que não seja comprovada e globalmente aceitável… prejudicará o ritmo da produção nacional”, afirmou a carta da ICEA, analisada pela Reuters.